segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Reabilitação

É um vício. Só pode.
Quando estamos juntos, simplesmente não existe mundo. Não existe o "lá fora", não exite o antes, não existe o depois, não existe ninguém. Só o que percebo é uma vibração no peito que é quase uma angústia. Vira angústia por ser novo, por eu não conhecer as causas e os efeitos, e principalmente, por não saber me livrar disso.
O controle não é mais meu. E isso me apavora.
Depois, vem a abstinência. Quanto maior o tempo longe, mais os efeitos tornam-se claros. A cabeça parece estar distante, fico distraído, confuso, alheio a tudo. O efeito no peito é diferente. É outro tipo de angústia, quase uma dor. O coração pesa no peito, parece querer sair pela boca e correr sem parar. Eu tento domá-lo, mas falho como uma criança que corre achando que um dia vai alcançar os pombos no meio da praça.
Nessa hora, o que me apavora é o fato de que finalmente aceito a dependência.
Quando aceito, não sei dizer se me sinto aliviado por entender ou desesperado por não querer.
Não querer querer. Entende?!
Aí, espero o tempo passar pra ver se melhora. Finjo que o vício não está lá. Que sou mais forte que isso.
Obviamente é tudo em vão.
Sempre volta pra minha cabeça. Entra sem bater. E não sai quando é mandada embora.
Só vai embora quando tenho de novo. E quando tenho, quero ter mais. E com intervalos mais curtos.

Cheguei a um ponto que reabilitação nenhuma vai me curar.
Não há remédio pra mim.

Então não pense em ir embora.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Medo pt. 3

É medo de ter medo.
Ao se amedrontar, não age como deveria agir.
Ao não agir como deveria, causa consequências que não queria.
Ao não querer as consequências, desiste.
Ao desistir, se arrepende.
Ao se arrepender, toma todas as doses de orgulho que aguenta e foge pra esquecer
Ao não esquecer, se afoga em algo que finge fazer bem
Ao fingir mal, desiste de novo
E deixa pra lá

Se deixasse sempre pra lá, não precisaria ter medo.

Que tal não ter medo dessa vez?

sábado, 4 de dezembro de 2010

As notas

A música pulsa a toda velocidade.
Invade, domina e implora para ser vista.
Não quer ser podada, não quer ser domada, não quer ser domesticada.
Quer apenas ser.
E quer estar.

As notas imploram pela melodia.
A melodia implora pela harmonia.

E eu, só quero ver sendo feito.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A ordem

Dezembro é, definitvamente, o mês mais maluco do ano.
De todos os anos.
2007 vinha sendo um ano perfeito e dezembro o destruiu completamente.
2008 estava complicadíssimo e dezembro o salvou como jamais imaginei ser possível.
2009 talvez tenha sido o melhor ano da minha vida e dezembro o tornou cinza.
2010 foi com certeza o pior.
Se a ordem continuar, terei um mês intenso.
E, espero, um ótimo 2011.
Pelo menos até novembro.

O que era e o que fosse

Eu apenas escolhi errado.
Se fosse um jogo, eu teria me equivocado nas fichas ou nos números.
Se fosse um esporte, eu não teria sido campeão.
Se fosse música, eu não teria feito sucesso.
Como foi você, apenas não foi.
Se fosse um verso, o verbo não teria sido conjugado corretamente.
Se fosse prosa, a história ficaria sem final.
Se fosse um lado, seria contramão.
Nossa rua era sem saída.
E não podíamos voltar atrás.
Se fosse uma prova, reprovaria.
Se fosse trabalho, fracassaria.
Se fosse corrida, não chegaria.
Era você, e nenhum de nós chegou.
Nenhum de nós conseguiu.
Depois de todos os pontos, todas as conversas.
Depois de todas as brigas, as decepções.
Depois de todos os meses, as estações.
Despois de tudo, não sobrou nada.

Era você, mas a gente não continuou.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

De volta

Eu não voltei a ser quem costumava ser.
Depois de tudo que aconteceu, acho que nem caberia.
Então me deixa errar quando souber o que é certo
Pra poder acertar quando tudo parecer errado.
A vida está aí, na nossa frente.
Implorando para ser vivida.
E eu quero ver tudo.
Se minha miopia tentar impedir,
É só chegar mais perto.

Eu não vou fugir do que pode acontecer
Não vou me arrepender por não ter feito (de novo).
Não vou dizer tantos "nãos"
E esperar que algum sim possa trazer o que eu procuro.

Sim, eu espero.
Sim, eu continuo.
Sim, eu vou continuar até você não ver mais.
E sim.

Quantas vezes for preciso.

O salto




Troquei a selva de pedra por uma de verdade.

Só esqueceram de me avisar que eu AINDA não sei voar.

sábado, 13 de novembro de 2010

Se perguntar...

A única verdade é que não sei resposta nenhuma.
Na verdade, mal sei se as perguntas estão certas.
E faço minha verdade baseado no que sinto.
Baseado no que sou.
No que fui.
No que me tornei.
Baseio o que me tornei pelo que me trasmitem.
E como me trasmitem.
Baseio o que sou pela percepção que as pessoas que estão a minha volta têm de mim.
E do quanto falta elas saberem.
E se essa falta as faria mudar muito de opinião.
Já foram tantas mudanças que o caminho que eu seguir já não faz tanta diferença.
É só ir.
E ver no que dá.
Mas se me perguntar, eu te digo que sei exatamente a direção.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Não quero

Eu não quero saber.
Não quero ouvir.
Não quero ver.
Não quero ouvir falar.
Não quero imaginar.
Não quero pensar a respeito.
Não quero esbarrar.
Não quero.
Não quero.
E não quero de novo.

Porque no fundo, eu só queria não sentir.

Você só precisa aprender a enxergar por outro ângulo.
Vai ver que as coisas não estão tão ruins assim.
Perdemos muito, mas não perdemos tudo.
E enquanto restar o mínimo desse tudo, ainda estaremos lá.

Só tome cuidado pro meu "lá" não ser diferente do seu.
Por enquanto, meu lá é aqui.
Por quanto tempo eu não sei.

domingo, 7 de novembro de 2010

Razões

Sou um cara extremamente racional.
E gosto que as coisas saiam do meu jeito.
Talvez por isso, quando há algo que não posso controlar, não consigo mudar ou não sei lidar, perco a reação.
Eu queria muito poder escolher o que sentir, quando sentir e com qual intensidade sentir.
Queria demais poder dizer "a partir de hoje acabou, e as coisas vão ser diferentes".
Na verdade, até digo. Mas o coração não obedece.
Minha racionalidade é mais fraca do que o que sinto.
E isso me incomoda. Profundamente.

Eu espero pelo dia que vou poder dizer que não te quero mais e acreditar no que eu falo.
Até lá, luto diariamente pra não sofrer.
Ou sofrer na menor quantidade possível.

Tenho milhares de razões pra esquecer.
Nenhuma delas ainda venceu.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Marcas

Eu tropecei.
Dei de cara no chão.
Quando já estava quase de pé, escorreguei novamente.
Bati o outro lado.
E com a cara cheia de marcas, eu me levanto de novo.
Vou ficar em pé novamente.
Pra continuar caminhando.
Afinal, a estrada é longa.
E eu ainda estou no início.

Me encontre no final, quando as marcas forem tantas que nem vai conseguir ver mais meu rosto.
Tenho certeza que você vai me ver feliz.
Eu quero te ver feliz também.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Adoção do gato

A vizinha do apartamento de baixo degradou seu gato e o pobre bichano fica vagando pelas redondezas do predio.
Caso alguém queira adota-lo ou conheça alguém que queira, é só avisar.
Se ele não for adotado logo vai ser morto. Os vizinhos aqui não gostam que gatos andem sobre seus carros e colocam veneno.

Ficarei bem feliz se você me ajudar a evitar que isso aconteça.


sábado, 30 de outubro de 2010

Sertão de pedra

Eu sei, você também sentiu
Que alguma coisa estava fora do lugar
Mas ninguém notou que o mundo inteiro
Não estava onde devia estar
Eu sei, um novo sol se abriu
Mas um pouco de luz vai nos faltar
E onde estiver, te peço
Não deixe de me iluminar

Eu quase posso ouvir
Você jurar pra mim
Que estará comigo aonde eu for
E pra eu não esquecer de sempre
Derramar um pouco de amor
Derramar um pouco de amor

O que eu não te falei
Você via bem no meu olhar
O abraço que eu não dei
Você sabe que não ia faltar
E agora posso entender melhor
Você é que sabia como agir
Eu não passava de um aprendiz
Achando que conhecia de cor

E tudo que eu soube querer
Bem mais do que podia ter
Ninguém vai poder ir buscar
E tudo que eu aprendi
Eu sei que só sobrevivi
Por não deixar de acreditar


Tudo que eu falei dormindo

Durante muitos anos, sonhava e não conseguia lembrar absolutamente nada quando acordava.
Por mais que tentasse, a memoria não ajudava.
Nem flashs, nem imagens, nem sons.
Nada.

Nos últimos meses, tenho tido o mesmo sonho várias vezes.
E tenho lembrado tudo.
E hoje foi mais forte.
No sonho, eu disse tudo que estava entalado e que me causou tanta culpa.
Consegui me despedir.
Disse "eu te amo".
E sei que fui ouvido.





Acordei bem melhor.




E essa música nunca fez tanto sentido:

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tac

Todas as noites, quando deito a cabeça no travesseiro, converso com Deus.
Meu Deus não é o dos católicos nem o dos evangelicos.
Deus, pra mim, vem mais de dentro pra fora do que de fora pra dentro.
Acredito em um Deus de bondade, que move todas as coisas.
Agradeço a esse Deus por cada dia que vivo.
Agradeço por ter chegado ao fim de mais um dia, ter vencido os obstáculos e estar com saúde.
Peço a esse Deus que me dê força para enfrentar os desafios seguintes.
Peço força para não desanimar diante das adversidades.
E força para seguir mesmo quando não acredito que existam motivos.
E eu sigo.
As vezes sigo desesperadamente, como se nada pudesse atrapalhar meu caminho.
Outras, sigo apenas por medo de ficar parado e ser engolido pelo tempo.
E é preciso continuar.
Como é preciso agradecer.
Eu agradeço por mim e por quem eu amo.
Peço por mim e por quem eu amo.
Provavelmente já pedi coisas boas pra você que ta lendo isso.
Talvez tenha pedido muitas vezes.
E isso me traz recompensas.
Por mais que as coisas dêem errado, sempre tenho alguém pra me apoiar.
Sempre sobra um ombro pra chorar
Sempre sobra um sorriso pra rir comigo.

Obrigado.



Hoje é dia de agradecer.



É tempo de agradecer.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tic

O tempo é implacável.
Ele destroi.
Ele ajeita.
Ele filtra.
Ele barra.

E o pior, ele passa.





To ficando velho.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tudo

Pensa em você e em quem você é.
Ok?!
Agora pensa em tudo que te faz ser quem você é.
Principalmente, pensa em todos que fazem você ser quem é.
Ok?!
Agora pensa que você perdeu parte disso.
E essa parte pra você era importante.
Mas você é forte, não se deixa abalar por qualquer coisa.
Você vai conseguir superar, só precisa de tempo.
Então o tempo passa e você perde outra parte.
E essa pesou mais.
Era mais importante que a primeira.
Dessa vez, por mais que você ache que é forte, não tem como não se abalar.
A pancada da dor chega a te cegar por um tempo, te deixa atordoado.
Mas a vida continua.
Você precisa seguir.
Tem coisas que precisam de você.
Tem coisas que você não pode fugir e precisa encarar.
Tem coisas que você tem que suportar mesmo achando que não vai conseguir.
E você começa a conseguir.
Começa a levantar, mesmo que ainda meio tonto.
Mas quando você acha que perdeu quase tudo e ainda está bem, perde de novo.
E perde algo que sabia que iria fazer muita falta.
Então seu mundo cai.
Você pensa que não tem mais nada.
No fundo, sabe que tem, mas a dor te faz esquecer isso por alguns instantes.
Nesses instantes você já tem pouco no que se apoiar.
Há poucas coisas que te fazem querer seguir.
E em um desses piores instantes, você descobre que pode estar prestes a perder o que ainda te resta.
Automaticamente pensa: "agora não há mais nada que possa piorar"
Piora.
Você perde de novo.
Perde feio.
E a única coisa que te resta é o que corre o risco de ser perdido também.
Nessa hora, a pior hora, você não pensa "eu desisto já que perdi tudo".
O que se passa na sua cabeça é "EU NÃO POSSO PERDER TUDO".


E segue em pé enquanto houver o mínimo.
Tenta fazer desse mínimo o máximo.
Ou, o tudo.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Nas cordas

As vezes eu acho que é tudo uma grande piada.
E que alguém vai me dizer que caí como um pato.
E riremos todos da bobeira que passamos.

Espero
Espero
Espero mais
E é em vão.

Quando acho que cheguei em um ponto que não tem como piorar, a piada fica mais sem graça e o fundo do poço fica mais profundo.

A vida está tentando me nocautear.
E eu já estou nas cordas.

domingo, 24 de outubro de 2010

Até não dar mais

Em algumas situações você só precisa escutar "Eu te amo e vou fazer de tudo pra dar certo".
E qualquer reclamação, acusação ou mágoa não resolve nada.
Se as feridas não se fecham, a dor não passa.
Se a dor não passa, qualquer coisa que vem a seguir machuca mais.
E o esforço vai por água abaixo de novo.


O nosso amor deu certo.
Até não dar mais.

domingo, 17 de outubro de 2010

Futuro do pretérito

Não somos mais quem costumávamos ser
Não agimos mais como costumávamos agir
A culpa não é só sua
Também não é só minha
Não nos divertimos com o que nos alegrava tanto
Não nos distraímos com nossas besteiras
E deixamos tanta coisa no meio do caminho
Tantas pedras que não desviamos
Tantos muros que não pulamos

Somos o futuro do pretérito
E eu só queria ser presente

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

De tudo que não foi

Hoje vi que ainda não consigo olhar as fotos.
Não consigo falar a respeito.
E não consigo não pensar a respeito.
De tudo que não foi, o que poderia ser ainda dói.
E faltava muito ainda.

Faltava muito.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Derby

To assistindo ao jogo da Seleção contra a Ucrânia em Derby, na Inglaterra.
O estádio tá vazio.
E não sei se sou só eu, mas não acho a menor graça e não vejo o menor sentido em ir jogar tão longe apenas pra ganhar uns trocados (no caso, milhões de trocados).
Com o montante que a CBF ganha em patrocínios, dava pra fazer esse jogo aqui mesmo, enchendo o estádio e ganhando uma boa renda.
Com todo o respeito aos brasileiros que moram na Inglaterra, você que mora no Sul ou no Nordeste e quase não tem oportunidade de ver um jogo do Brasil merece muito mais assistir ao jogo do que eles.
A CBF não precisa investir em salários de jogadores, manutenção de estádios, categorias de base, contratações... então tudo que ela ganha vira lucro. E se ganha muito mais que os clubes, pra que tentar pegar mais dinheiro?

Eu tenho esperança que logo o Ricardo Teixeira saia da CBF e nosso futebol seja grande também fora das quatro linhas.

Aí sim vai valer a pena.

domingo, 10 de outubro de 2010

Chance

De algumas coisas não abro mão.
Pra mim, a amizade tem que ser cultivada com firmeza, e tem que ser levada a sério.
Se você não leva, não é amigo.
E se não é amigo, não merece preocupação.

Amizade não é paga com dinheiro algum.

E pra certas coisas, não há segunda chance.
Então, da próxima vez, é melhor pensar um pouco mais no que vale mesmo a pena.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

De domingo

Domingo, quando entrei na cabine de votação e digitei os números dos meus candidatos, me senti o cara mais poderoso do mundo.
Durante aqueles segundos eu tinha o poder de decidir o meu futuro.
E posso dormir com a cabeça tranquila ciente de que fiz minha parte.

O voto é o maior direito que um cidadão pode ter, e não deve ser desperdiçado.
E se você trata o seu voto com descaso, o descaso vai voltar pra você em forma de educação falida, saúde precária, segurança fraca e diversos ataques ao seu bolso.
Eu não gostaria que alguém na rua levasse meu dinheiro embora.
Do mesmo jeito, não quero que ninguém no planalto me roube.

Há muito ainda por fazer.
E quem eu coloquei pra me representar deve ser cobrado nos próximos 4 anos.

Se eu fosse você, cobraria também.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Spriiite

To participando do concurso da Sprite que vale um Xbox 360.

Se achar a arte legal, que tal votar em mim?









Segue o link:
http://refresque.sprite.com.br/criesuaarte/galeriaArte.jsp?id=136031

domingo, 26 de setembro de 2010

Da próxima vez

Da próxima vez, tome cuidado com o que deseja
Você pode acabar conseguindo.
Da próxima vez, não espere o que não pode oferecer
Eu posso acabar desistindo.
Da próxima vez, cuidado com o que responde
Ou pode acabar consentindo.
Da próxima vez, não espere o primeiro passo
Que eu posso nem ter vindo.
E da próxima vez
Pode não ter mais vez.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pior do que tá...

Nos últimos 10 dias tive que ir 5 vezes ao pronto socorro por motivos diversos.
Machuquei o pé jogando futebol 3 semanas atrás e até agora, mesmo tomando a medicação prescrita, não melhorei.
Minha namorada me falou o quanto eu sou burro por não ter me preocupado em fazer um plano de saúde, que com certeza teria resolvido o meu problema (que convenhamos, é um problema bem pequeno) imediatamente, me poupando dos diversos incômodos e restrições que passei.
Na real, o problema é o que menos incomoda.
O que me deixa realmente mordido é chegar em casa e ver que o governo atual tem 80% de aprovação com as pessoas o considerando "ótimo ou bom".
E se 80% das pessoas acham que o país está a mil maravilhas na véspera de uma eleição tão importante quanto a que está por vir, minhas chances de esperar ter o mínimo de bom atendimento quando tiver algum problema mais sério de saúde são mínimas pelos próximos anos.
Isso sem contar os outros assuntos: educação, segurança, emprego, etc.
Não acho certo ter que pagar um plano de saúde pra resolver uma coisa simples que poderia ser solucionada em qualquer posto de saúde.
Não acho certo saber que meu primo, hoje com 13 anos, vai ter que se esforçar dobrado para conseguir entrar e sair de uma boa universidade ou ter um bom emprego porque estuda em escola pública.
Não acho certo as pessoas precisarem se esconder dentro de condomínios fechados ou atrás de vidros blindados porque sair na rua é uma aventura.
E sei que, assim como eu, muitas pessoas não acham certas essas coisas.
E muitas dessas pessoas pretendem usar seu voto como protesto contra as pessoas que comandam nosso país colocando o Tiririca na Assembleia para nos representar, afinal, "pior do que tá não fica".
Mas se pior do que tá não fica, por que 80% das pessoas consideram o governo bom?
O pior é o jeito certo?
Não!
Com certeza, não é.

E por mais que me revolte saber que as pessoas vão escolher o "pior do que tá não fica" ou o "país maravilhoso" dos 80%, não vai adiantar não fazer a minha parte.
Vou fazê-la, mesmo que não mude nada.
Porque se eu não proponho mudanças, como querer que o mundo mude?
Eu vou fazer a minha parte.
Se depender de mim, o "pior do que tá não fica" não vai me representar.
Se depender de mim, quem me causou os problemas dos últimos dias não vai se perpetuar no poder.

Se você pensar assim, seremos 2.
Se mais pessoas pensarem como nós, seremos um país.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sinceramente...

Falta sinceridade na música.
Quantas bandas que estão começando hoje lançam na rádio o que é ouvido em seus cds?
O que faz uma banda "subir", fazer grandes shows, tocar na rádio e ter seus clipes na tv é o que elas fazem e são de verdade, e quando elas conseguem chegar onde querem são obrigadas a "se prostituir" musicalmente, usando versões acústicas ou mais leves do que as criações originais.
E o que as pessoas que não acompanham as bandas desde o começo conhecem quando elas chegam ao estrelato é um produto enlatado e colocado para o público que ouve black e pop americano TALVEZ gostar.
Quem gosta de rock e não vai atrás de bandas independentes fica com a sensação de que não existe mais rock sendo feito. Que tudo que é novo é ruim e mal executado, quando na verdade não é assim que as coisas são.
Há uma porção de bandas boas por aí e idéias sendo transmitidas. Elas só não chegam aos ouvidos da maioria das pessoas.
Por exemplo, quando ouvi as primeiras músicas do Fresno que estouraram classifiquei como "lixo" e coloquei no pacote de bandas que queriam se aproveitar da modinha emo. Apenas depois de um bom tempo (e conhecendo Beeshop e Abril) tive a paciência de ir atrás e saber de fato o que eles faziam e se havia alguma coisa por trás do que era exibido pra massa.
Tal foi a minha surpresa quando vi que sim, havia muita coisa ali e muita coisa bem feita.
Da mesma forma, vejo pessoas que abimonam os coloridos falarem que acabaram de escutar pela primeira vez uma música do Restart e que o som é bom.
Isso acaba causando um efeito devastador pras bandas que estão começando.
Uns anos atrás era comum ver bandas que faziam determinado tipo de som mudarem radicalmente quando assinavam com gravadoras. Hoje, as bandas nascem tentando se adequar aos padrões da moda e se vestem como o NX Zero ou o Restart ou tentam encher as músicas de "uôuô" como o Cine assim que são formadas.
É normal que os artistas que você goste te influenciem na hora de querer ter uma banda e que antes de você ter uma formação musical mais sólida essas referências fiquem mais explícitas, mas isso não pode ser confundido com os plágios que vemos constantemente de estilos, letras e muitas vezes até do jeito de falar e andar das pessoas que fazem sucesso.
Eu sempre achei que na música tudo era válido, desde que fosse feito de acordo com a verdade de cada um.
E essa verdade própria geralmente funciona muito melhor do que tentar ir atrás do que faz sucesso, porque as pessoas vão enxergar em você o que você é, e a chance de agradar alguém é bem maior assim.
A diversidade faz um bem enorme não só pra música, mas pra tudo que for feito.
A chance de você se destacar sendo você mesmo é muitas vezes maior do que tentando ser igual a quem já fez o que você está se propondo a fazer.

Sim, eu ainda tenho esperança de ligar o rádio e ouvir uma distorção de guitarra em uma banda que está chegando agora.
Tenho esperança de que as bandas novas esqueçam os subtítulos e foquem mais na música, no que dizem as letras e no que passa a melodia do que se a calça está mais ou menos apertada que x ou y.
As coisas já estão mudando, e muito em breve as pessoas vão exigir de novo a sinceridade das coisas e vejo sinais de que a próxima geração virá melhor de que a atual.

Acredito sinceramente nisso.

sábado, 18 de setembro de 2010

Carta de demissão

Eu sempre achei que o mundo tem jeito.
E que se você quer que algo seja melhor, tem que dar o primeiro passo.
O primeiro passo é não desperdiçar as oportunidades que tem.
Puxando do último post, se não concorda como a música está, não é xingando e ofendendo ninguém que as coisas vão melhorar.
Na política, se você não concorda com o rumo que as coisas tomam, não é colocando um palhaço pra te representar que elas vão melhorar.
E a desculpa de que a direita e a esquerda são iguais e por isso não adianta fazer nada não cola comigo.
A direita e a esquerda são iguais porque NÓS as deixamos ser assim.
Ninguém é obrigado a votar em A ou B quando existe a opção C e D.
E se nenhuma das opções é boa, a culpa é toda nossa por não escolher representantes que REALMENTE nos representem.
Se você desiste antes de começar, as coisas não mudam de jeito nenhum.
É preciso tentar.
Se não der, tentar de novo.
E tentar novamente até dar certo.
Porque uma hora muda!
Se você vota na pessoa e ela não faz o que você espera, é só não votar nela nunca mais.
Se cada um pensar assim, os caras vão pensar duas vezes antes de fazer bobagem.
É preciso tratar política como um emprego.
Você tá literalmente contratando o cara pra falar por você e defender seus direitos.
Se ele não faz isso, demita-o e coloque outro no lugar.

Eu tenho minha carta de demissão pronta pra um monte de gente.

Você já tem a sua?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sobre cores

Não assisti ao VMB ontem e só fiquei sabendo hoje que o Restart ganhou tudo.
E vi pelo twitter aquela "trollada" neles por terem sido vaiados na hora da premiação e todo mundo que odeia coloridos aproveitando pra aparecer.
Conheci o Restart quando ainda era C4, e BEM antes de usarem calças coloridas. De lá pra cá acompanhei de perto toda a evolução da banda e a subida meteorica que eles tiveram no último ano.
E ELES MERECEM o que tá acontecendo.
No que se propuseram a fazer, fizeram muito bem feito desde o começo.
Nunca foi intenção do Restart ser uma banda cabeça, uma banda de vanguarda ou que transformasse o mundo.
Eles quiseram ser pop, e como pop eles acabaram transformando-se em um produto muito bom.
Eles sabem que fazer coração com a mão, usar calça colorida e tratar as fãs por "amor" dá muito certo com meninas de 13 anos.
E não pretendem, por enquanto, atingir um público que tenha mais de vinte anos porque do jeito que está eles são um ícone das adolescentes.
E se eles são um produto para adolescentes, feito por adolescentes, não vejo motivo na raiva do resto do mundo por eles.
Restart não é para você que tem 20 anos!!!
E se não gosta deles, não precisa escutar.
Não é você que vai pagar pelo show, pelo cd e pelos produtos ligados a eles, então não há motivo pra tanta indignação.
Há várias bandas dentro do rock que pretendem atingir um segmento diferente, e ao invés de falar mal de uns, acho bem melhor falar bem de outros.

A primeira vez que ouvi Restart pensei "nossa, eles fizeram músicas legais", e isso foi antes de usarem todo o espectro de cores de uma vez só.
E do mesmo jeito que acho errado gostar de alguma coisa só porque é modinha, é errado deixar de gostar de alguma coisa porque virou modinha.
As pessoas tem que gostar ou deixar de gostar por vontade própria, não pelo que a massa manda ou o senso comum determina.

Se você ouviu alguma música do Restart e não gostou, ótimo. Procure outra coisa pra escutar. Opções boas não faltam.
Se você escutou e gostou, ótimo também. Aproveita.

E se você discorda de como as coisas são feitas, monta uma banda e mostra como deve ser feito.

Só não pense que vai ser fácil.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Medo pt. 2

Tenho medo de me despedir.
Talvez por ter medo de cada despedida ser a última.
E isso me faz ter medo de as pessoas que eu gosto não terem a noção do quanto são importantes pra mim.
E o medo de eu não conseguir demostrar o quanto essas pessoas são importantes virou quase um pavor.
E talvez isso acabe gerando um bloqueio.
E eu acabo não conseguindo dizer o que eu sinto.
O que, obviamente, piora tudo.

E o "medo de ter medo de ter medo" faz as coisas piorarem.






E assim a gente vai...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Medo

Eu vi você jogando sem poder vencer
E quis mudar as regras pra fazer
Melhor a vida que você escolheu
(E não adiantou)

Eu vi o mundo inteiro que você deixou
E fiz amigos que cuidei com amor
Mas sei em quem não posso confiar
(Como você ensinou)

Eu só queria ver
Você se levantar
Pra enxergar aonde eu pude ir
Eu só queria ter
Um minuto a mais
Pra te mostrar tudo que eu senti

Pois é mais forte, eu sei
Quem não tem medo de chorar
Quando sente dor

A casa fica tão vazia sem você aqui
Eu não te vejo mais chegando pronto pra sorrir
E quanta vida você deixou de presenciar
Partindo sem se despedir pra nunca mais voltar
E quantos sonhos você teve e não realizou
Quantos lugares você quis ir mas não visitou
Deixou aqui toda saudade que podia ter

Mas é mais forte, eu sei
Quem não tem medo de sorrir
Quando é por amor

Eu só queria ver
Você se levantar
Pra enxergar aonde eu pude ir
Eu só queria ter
Um minuto a mais
Pra te mostrar tudo que eu senti

Pois é mais forte, eu sei
Quem não tem medo de chorar
Quando sente dor
E é mais forte, eu sei
Quem não tem medo de sorrir
Quando é por amor
É mais forte, eu sei
Quem não tem medo de mudar
Quando vê que errou
E é mais forte, eu sei
Quem não tem medo de partir
Quando a hora chegou.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A dança

Então você apareceu
Me puxou para dançar mas esqueceu
Que eu não tiro o pé do chão
Então disse que era seu
Cada canto desse mundo
E não havia tempo a perder com explicação

E todo espaço ali era nosso lugar

De tudo que não viveu
Havia a lista interminável
De emoções, lugares,
Coisas pra conhecer
E as horas que já perdeu
Deixaram rastros que ninguém mais esqueceu
E ninguém soube ainda aprender

Queria um pouco mais de tudo
Pra saber viver
E foi comigo no seu mundo
Até amanhecer

Me leva, me mostra um novo dia chegar
Me mostra o meu melhor
E como é bom sentir
O que se pode alcançar
Me leva que eu quero ver o sol te banhar
E há muito mais ainda
Pra se descobrir
Se souber saborear

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Queda Livre

Ela dizia que era só parte do jogo
Que ele não soube jogar
E simulava que queria tão pouco
Mas não soube como parar
E agora assiste a tudo
Sempre em cima de outro muro
Tão distante que mal dá
Pra enxergar daqui

Ele dizia que por ela era louco
Pensava em se casar
Gritava o seu nome até ficar rouco
Pra ver se ela ia escutar
E agora não entende
Seu estado deprimente
E só pra si mesmo mente
Pra tentar apagar

Mas se quer ficar, vai assumir o risco
Não vou tentar te deter
Pois ao brincar beirando o precipício
O vento pode bater
E tirar tudo que quer
Estraçalhar com sua fé
Pelo amor de uma mulher
Que agora não vai voltar pra você

Ela levava sua vida de novo
Esperando alguém pra atacar
Enquanto ele se tornava um estorvo
Que ninguém mais quis carregar

E se alguém agora
Lhes disser que não demora
Quem sabe ao ir embora
Deixe algo de bom
Ou volte pra tentar mudar

sábado, 4 de setembro de 2010

Em terceira pessoa

Eu não perco a mania de escrever músicas.
Nos últimos tempos, aliás, escrevi bem mais do que no ano passado inteiro.
E tenho uma mania, as vezes meio chata, de tentar não repetir alguma coisa que eu já tenha feito.
Ou busco novas combinações melódicas, ou outras temáticas de letra, ou mesmas temáticas ditas de jeitos diferentes.
E nisso, andei voltando a coisas que eu não fazia mais.
E voltei a inventar estorias nas letras.
Como eu fazia nas redações da sétima série.
E como fazia nas primeiras composições, se é que podem ser chamadas assim, lá por 2004.
A minha linha de raciocínio nesse tipo de coisa é simples.
Junto algumas notas, vejo que melodia pode ser feita, e a partir disso vejo que tipo de personagem combinaria com a melodia, deixando as ações rolarem sozinhas.
Eu nunca sei como vai ser o final até chegar a ele.
E geralmente não tenho idéia do formato que vai ter.
Enquanto voltava a essa temática, acabei lembrando de uma música chamada "Outra história de amor", que como o nome já diz, é uma das coisas mais bregas que um adolescente pode inventar.
Como o Renato conhecia a letra dessa música e na aula de educação artística do segundo colegial nós sempre terminávamos os desenhos um pouco rápido, sobrava tempo pra tocarmos violão na sala pra distrair (sim, nós tocávamos violão no meio da aula).
Certa vez, tocamos essa música pra galera que tava por perto, e tal foi a nossa surpresa quando vimos duas amigas nossas (uma delas era a Deia) chorando ao ouvir a canção.
Na hora, me pareceu a coisa mais absurda do mundo.
O que vinha na minha cabeça era: "nossa, como elas se emocionam com uma bobagem dessas?"
Na real, eu não tinha noção do quanto a música pode tocar as pessoas.
E nem do quanto uma letra pode ser importante.
E agora entendo melhor o que eu disse em um post anterior, de a música tocar sua alma e dar um chacoalhão nela, fazer bater mais forte o coração ou te deixar com a sensação de que a letra x ou y é como se tivesse sido feita pra você, tal a sua relação de "intimidade" com o que está sendo cantado.


Nos próximos dois posts, vou colocar as últimas músicas que fiz com essas estórias.
Se você ler, vai ver que são completamente diferentes.
E são assim por causa das melodias em que foram inspiradas.
Então, partindo da idéia que eu não queria me repetir, acho que consegui.

Vamos ver, né...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Saudade

É difícil lidar com a saudade
Quando você menos espera, ela bate
E as vezes, bate pra nocautear
E mesmo que você saia das cordas, ainda fica a sensação da pancada
Por mais que haja a chamada saudade boa
Saudade é saudade
E quanto mais você quer a pessoa por perto
Mais forte é o golpe
Quando vem de repente, é pior
Chega a tirar o equilibrio
E só o que vem é uma vontade absurda de gritar
Ou de chorar até ela passar
Mas se você sabe que não tem como passar
Não há muito o que fazer
Só torcer pra ela ir embora
E esperar com o coração em pedaços enquanto isso


Por favor, eu quero meu coração inteiro de volta.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

"Em toda e qualquer situação..."

Minha relação com a música é intensa.
Quente, constante, mas principalmente, intensa.
Desde os meus 13 anos, quando comprei meu primeiro cd da Legião Urbana, posso dizer que realmente minha vida mudou.
Podia ter sido qualquer outra banda, mas quando ouvi o "Como é que se diz eu te amo - Parte 1" pela primeira vez eu senti aquela coisa de "É isso, cara!! É assim que tem que ser feito.
Daí pra me interessar por guitarra foi coisa de uns 3 meses.
Antes de me dar a guitarra, minha mãe me deu um violão pra ver se eu ia seguir mesmo.
Na época, eu não costumava terminar a maioria das coisas que começava.
E eu segui.
E me apaixonei.
Desde aquela época, o Dado Villa Lobos é um baita exemplo pra mim de cara que sabe utilizar as melodias, criar harmonias diferentes e inovar.
Inovar é a palavra.
A guitarra existe pra ser explorada.
E reinventada.
Inovada.
Admiro absurdamente as pessoas que conseguem ir mais longe com o instrumento.
Que criam linhas melódicas que emocionam com duas ou três notas.
Ou que colocam tantas notas e o conjunto fica tão bonito que não sabemos explicar o porque de estarmos sentindo aquela coisa estranha no peito.
E acho muito legal quando vejo uma banda nova que faz um som que me deixa pensando "nossa, como eles fizeram isso?".
Ou uma banda antiga que eu nunca tinha escutado e me deixa com a sensação de "caramba, porque esse tipo de som não foi mais explorado?"
Ouvir música, pra mim, é quase um esporte.
Quanto mais música eu ouço, mais coisas quero escutar.
E mais quero saber.
Afinal, é um aprendizado que não acaba.
Se você for tocar, nunca vai saber tudo sobre um instrumento.
Sempre vai ter uma escala que você não conhece, uma combinação de notas que você ainda não fez ou um timbre que você nunca escutou.
E se você for escutar, sempre vai ter aquela letra que te deixa pensando "era exatamente isso que eu queria dizer e nunca consegui formular na minha cabeça" ou alguém que toca a "música da sua vida".
Se eu fosse escolher a música da minha vida, precisaria de uma bela coletânea.
E espero fazer que um dia essa coletânea dure várias horas.
Afinal, há muito ainda a se ouvir.
Muito a criar.
Muito.
Muito.
Muito.
Não importa que tipo de música toque seu coração.
Se você gosta ou não de Legião Urbana.
Sempre há a música que te tira do eixo.
Que chega as vezes a dar até falta de ar quando escuta.
Essas músicas que eu procuro.
Intensamente.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O outro lado do espelho

Eu sou a porta que você nunca atravessou
A música da festa que você não dançou
Eu sou a ferida que nunca vai se fechar

Estou em cada passo que você não andou
Na arte de tirar o que você não ganhou
E se fechar os olhos sempre vai me encontrar

De chuva eu sou o banho que você não tomou
No dia em que um beijo você não lhe roubou
Eu sou a aposta que você nunca vai ganhar

Eu sou a curva que você nunca vai vencer
Tudo aquilo que plantou e não vai colher
Estou em cada coisa que você já perdeu
E que não vai voltar

E se um dia for mais além
Vai saber onde me encontrar
Em cada sonho que você nunca ousou sonhar
E tudo que hoje te faz bem
É bom saber como cuidar
Pois se eu chegar tão perto
Você não vai poder escapar

Vai mudar de rumo para não me ver
E eu não quero mais te convencer
Vai tentar mil truques pra me esquecer
E eu volto pra sua mente sem querer.

Eu sou o pouco a mais que você não se esforçou
Eu sou o último gole que você não tomou
Eu sou aquela vida que você não quis mudar
Eu sou o algo mais que você não encontrou
Eu sou aquela luz que nunca te iluminou
Eu sou o mundo que você nunca vai enxergar

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Brotherzisse.

Poucas coisas nessa vida eu prezo mais do que a amizade.
E quem tem amigos, tem muito mais.
Sou um privilegiado pelas pessoas que já cruzaram meu caminho e de alguma forma fizeram parte da minha vida.
Sou um privilegiado pelas pessoas que sei que estarão aqui haja o que houver.
E muitas vezes acho que não mereço isso.
Mas se está aqui, só tenho que agradecer.
E agradecer.
E agradecer.
Obrigado a você que é importante pra mim.
Obrigado a você que já tirou um sorriso do meu rosto.
Me sinto em dívida com algumas pessoas que fizeram tão bem pra mim que não sei se conseguiria retribuir.
E isso, de certa forma, é muito bom.
Faz a gente querer ser melhor.

Obrigado.

Obrigado MESMO!

domingo, 29 de agosto de 2010

Efeito elástico

Eu vivo inventando teorias sobre diversas coisas.
Nos últimos dias, pensei bastante sobre a força que os extremos têm nas nossas vidas.
Esse ano passei por algumas das melhores coisas que já me aconteceram e passei por aquela que com certeza foi a pior. A partir disso, vi que cada extremo vai muito mais além do que eu imaginava. A dor pode ser muito pior do que eu acreditava que seria, e, ao mesmo tempo, a capacidade de seguir apesar dela também é bem maior.
Assim, os pólos de emoções são inversamente proporcionais.
Ou simplesmente a alegria e dor causam um efeito elástico de emoções.
Quanto maior a dor que você passa, maior a sua capacidade de sentir alegria depois, pois você já sabe qual a distância do fundo do poço e quando vê a luz de novo percebe o quanto ela é importante, o quanto ela é preciosa, e acaba dando mais valor.
Quando você vê o que de pior pode acontecer, tudo que vem depois tem um sabor diferente. As coisas que eram consideradas sem importância tornam-se prioridades e algumas prioridades não fazem mais sentido. E o que torna-se importante trás uma felicidade redobrada, porque o valor da vida é visto e sentido em cada coisa.
E cada coisa que se vive é de extrema importância.
O tempo passa rápido demais, e quando menos se espera tudo pode acabar ou mudar. Pessoas podem chegar ou partir tão rápido que se você não aproveita cada segundo, vai sentir falta depois.
E a única maneira de evitar isso é fazendo acontecer hoje. Não deixar pra viver amanhã.
Eu aprendi na marra que cada dia deve ser vivido como se fosse o último, e as coisas não devem ficar inacabadas.
É preciso acabar pra recomeçar diariamente.
Até descobrir quão longe sua felicidade pode chegar.

Afinal, se não viver pra isso, vai viver pra quê?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dissonância

Há muita coisa ainda
E não acabou
Apenas tomou um rumo diferente
As notas estão todas aí
Ecoando de diversos lugares
Limpas, aumentadas, dissonantes...
Acordes maiores e menores
E as idéias não podem parar
Porque a estrada não acabou
O vento não foi sentido no rosto
A paisagem não ficou pra trás
A multidão ainda não passou...

Então há muito o que fazer
Muito o que pensar
E muito sobre o que falar
E é preciso ser dito
É preciso ser vivido
E principalmente,
É preciso ser sentido
E ter sentido

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ponto Final

Quanta gente pode dizer que vai se orgulhar
Quando ir embora não for mais questão de se importar
E eu me importo tanto com você
Quantos passos você acha que eu vou andar
Quando os caminhos que eu escolher quiserem me parar
Só vou parar quando puder te ver

Então não pense que a gente não vai mais se encontrar
Pois em cada olhar que eu der você ainda vai estar
E eu nunca vou me esquecer

Voltar agora
Pra recomeçar de novo
Ainda vou ficar aqui
Ainda vou ficar aqui

Não pense que eu não sei
Que você pode me ouvir
Não pense que eu não sei
Como é bom sentir
Pois há força em poder aceitar, então
Não pense que eu não sei
O que você pensou de mim
Não errou nenhuma vírgula
Mas para o fim
Não deu ponto final

Eu sei
Eu sei...

domingo, 22 de agosto de 2010

Vereda

Vai então
Se seu mundo vai ser melhor assim
Mas saiba, se deixar chegar no fim
Não vai adiantar dizer que é tarde demais
É tarde demais
Então tente ver
O quanto eu tentei te compreender
Fazer o seu sorriso reaparecer
Achar no seu olhar algum vestígio de paz
E o quanto eu tentei dizer
Você não viu e continuou
Em outra direção
Mas eu insisto, pra viver
Precisa mais do que um coração
Perdido por aí

Vai então
Se acha que aqui não é lugar
Mas olhe um pouco antes de continuar
Pra ver se quem ficou merece dizer adeus
E pode ser que ao tentar
Descubra o que há de bom em si
E que ainda é preciso prosseguir
Pois tudo que pode te trazer
Respostas sobre quem é você
Ninguém vai dizer como conseguir
Então me diz como é que faz
Quando se vai tão longe e ainda não sabe
Onde quer caminhar
Pois quando eu ao lado teu
Tracei minha rota era pra não
Desvenciliar jamais

Então vai
Se não se satisfaz
Viver sem algo a mais
E encontrar algo que te acompanhe
Aonde for
Então só vai
Se prometer que eu
Ainda vou te encontrar
Não importa o lugar
E a gente vai rir dessa vida juntos.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sobre Estrelas

Se você não me reconhecer
É porque nunca viu
Por onde eu caminhei
Mas se olhar de perto
Vai ver que deu certo
Quase tudo que eu sonhei

Fiz do meu destino a meta
Fiz do meu caminho a reta
E não quis desviar
Se não achei a porta aberta
Saltei pela tua janela
Para decolar

E vai voar
Até encontrar
O que as estrelas não conseguem enxergar

Se você não me reconhecer
É porque nunca viu
Por onde eu caminhei
E onde estiver
Torço pra estar de pé
Pra ver quão longe
Podes ir

E faz do seu destino a meta
Anda então em linha reta
Sem desviar
Deixa aberta sua janela
Pula alto sem espera
E vê no que vai dar

E vai voar
Até encontrar
O que as estrelas não conseguem enxergar

Tudo que passei me fez acreditar na minha fé
Agradeço a Deus por sempre me manter de pé
Se hoje estou aqui é pra provar que ao sorrir
A vida te levanta, te dá força e faz evoluir
Eu prometo te trazer o que de melhor eu for capaz
Podem tirar-me o que for, mas nunca levarão minha paz
Eu sigo um pouco mais
Eu tento um pouco mais
Vem comigo agora pra mostrar como é que faz.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

As vezes acontecem algumas coisas na sua vida que deixam tudo de cabeça pra baixo. Todas as suas prioridades de repente não fazem o menor sentido, e tudo que você cansou de negligenciar de uma hora pra outra é a coisa mais importante do mundo.
E o que é a coisa mais importante do mundo?
Pra que você acorda cedo todos os dias e vive correndo de um lado pro outro?
Onde você quer chegar?
E mais importante: por onde quer ir??

Nós vivemos sempre em um mar de escolhas, dúvidas, erros, acertos, frustações, orgulhos, e nunca sabemos onde isso vai nos levar.
E muitas vezes não sabemos nem o porque de fazermos as coisas de jeito x ou y.
Mas nos últimos tempos eu acho que finalmente comecei a entender o princípio mais básico. Ou o que deveria ser o mais óbvio desde que somos criancinhas.

Cara, a única coisa que importa no mundo é o amor!

Quando digo "amor", não é só aquele amor das músicas de pagode ou bolero.
Nem o amor dos emos, potenciais suicidas e tal...
Amor, pelo menos pra mim, é TODO tipo de amor.
O amor que você passa pra sua família, seus amigos, sua namorada, um desconhecido que pede informação na rua, a mulher do caixa da padaria, enfim... o jeito que você propaga o amor é a ÚNICA coisa que você leva da vida.
E o que vai restar de você quando não estiver mais aqui é a lembrança que as outras pessoas terão da sua passagem.
Logo, não há nada mais importante do que deixar amor.
E ser lembrado com amor.
E por mais que pareça óbvio quando é lido ou escutado, não é nada óbvio para fazer.

Não é nada fácil pensar em como as pessoas vão receber aquilo que falamos.
Não é fácil pensar nas consequências que nossas atitudes terão.
E não é fácil pensar se alguém vai se machucar com o que faremos ou vamos deixar de fazer.

Hoje, depois de tudo que já aconteceu, eu acho que percebo isso.
E acho que sei como quero ser lembrado.

Não?!