quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sinceramente...

Falta sinceridade na música.
Quantas bandas que estão começando hoje lançam na rádio o que é ouvido em seus cds?
O que faz uma banda "subir", fazer grandes shows, tocar na rádio e ter seus clipes na tv é o que elas fazem e são de verdade, e quando elas conseguem chegar onde querem são obrigadas a "se prostituir" musicalmente, usando versões acústicas ou mais leves do que as criações originais.
E o que as pessoas que não acompanham as bandas desde o começo conhecem quando elas chegam ao estrelato é um produto enlatado e colocado para o público que ouve black e pop americano TALVEZ gostar.
Quem gosta de rock e não vai atrás de bandas independentes fica com a sensação de que não existe mais rock sendo feito. Que tudo que é novo é ruim e mal executado, quando na verdade não é assim que as coisas são.
Há uma porção de bandas boas por aí e idéias sendo transmitidas. Elas só não chegam aos ouvidos da maioria das pessoas.
Por exemplo, quando ouvi as primeiras músicas do Fresno que estouraram classifiquei como "lixo" e coloquei no pacote de bandas que queriam se aproveitar da modinha emo. Apenas depois de um bom tempo (e conhecendo Beeshop e Abril) tive a paciência de ir atrás e saber de fato o que eles faziam e se havia alguma coisa por trás do que era exibido pra massa.
Tal foi a minha surpresa quando vi que sim, havia muita coisa ali e muita coisa bem feita.
Da mesma forma, vejo pessoas que abimonam os coloridos falarem que acabaram de escutar pela primeira vez uma música do Restart e que o som é bom.
Isso acaba causando um efeito devastador pras bandas que estão começando.
Uns anos atrás era comum ver bandas que faziam determinado tipo de som mudarem radicalmente quando assinavam com gravadoras. Hoje, as bandas nascem tentando se adequar aos padrões da moda e se vestem como o NX Zero ou o Restart ou tentam encher as músicas de "uôuô" como o Cine assim que são formadas.
É normal que os artistas que você goste te influenciem na hora de querer ter uma banda e que antes de você ter uma formação musical mais sólida essas referências fiquem mais explícitas, mas isso não pode ser confundido com os plágios que vemos constantemente de estilos, letras e muitas vezes até do jeito de falar e andar das pessoas que fazem sucesso.
Eu sempre achei que na música tudo era válido, desde que fosse feito de acordo com a verdade de cada um.
E essa verdade própria geralmente funciona muito melhor do que tentar ir atrás do que faz sucesso, porque as pessoas vão enxergar em você o que você é, e a chance de agradar alguém é bem maior assim.
A diversidade faz um bem enorme não só pra música, mas pra tudo que for feito.
A chance de você se destacar sendo você mesmo é muitas vezes maior do que tentando ser igual a quem já fez o que você está se propondo a fazer.

Sim, eu ainda tenho esperança de ligar o rádio e ouvir uma distorção de guitarra em uma banda que está chegando agora.
Tenho esperança de que as bandas novas esqueçam os subtítulos e foquem mais na música, no que dizem as letras e no que passa a melodia do que se a calça está mais ou menos apertada que x ou y.
As coisas já estão mudando, e muito em breve as pessoas vão exigir de novo a sinceridade das coisas e vejo sinais de que a próxima geração virá melhor de que a atual.

Acredito sinceramente nisso.

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