segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cada dia

Tem que ser por todos os dias.
E fazendo a cada dia, por todas as horas.
Sem desperdiçar.
Sem jogar fora.
Sem viver pela metade.
Metade de uma vida é muito pouco.
Tem que buscar mais.
Tem que tentar mais.
Tem que ser melhor.
Tem que estar melhor.
Melhor que horas atrás.
Melhor que ontem.
Melhor que anteontem.
Melhor do que estava a alguns anos.
Pra daqui a vários anos poder olhar pra trás e ver o quanto está longe do começo.
E quanta coisa boa está no meio.
O fim?
O fim não depende de nós.
Não é da nossa conta.
Então, não adianta contar o tempo pra chegar.
Não adianta contar as horas pra acabar.
Só precisa se dar conta do que quer.
E querer até não aguentar mais.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Quebra-cabeça.

Eu inventei meu próprio mundo como se fosse um quebra-cabeça.
Nesse jogo, algumas peças não cabem mais.
E não faço mais questão de fazer caber.
Outras são tão importantes que o desenho final jamais ficaria pronto se não estivessem ali.
E essas, por mais que mudem, passem, voltem, saiam, estão sempre como parte fundamental.
Dessas partes, não abro mão.
E é por elas.
Por elas.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sob a guarda

Você já parou pra pensar que ainda não conhece nem 1% das pessoas legais do mundo?
E já pensou em quantas pessoas legais passam pela sua vida e você não percebe por estar preocupado demais com coisas irrelevantes?
Por estar tão preocupado com coisas bobas, quando alguém faz algo muito legal sem você estar esperando chega até a dar um choque.
Você se acostuma a esperar pouco, a ter sempre um pé atrás e aguardar o momento em que as pessoas vão fazer uma grande besteira.
E espera sempre com a guarda levantada, atento aos sinais de que ninguém vale a pena e guardando pra você as coisas que podem machucar ou servir de "arma" para os outros.
Ser surpreendido com corações muito maiores que o seu é uma sensação maravilhosa.
Ver em algumas pessoas a grandiosidade que você nunca teve e o bom senso que sempre procurou faz as coisas parecerem bem mais fáceis.

Na verdade, elas sempre são.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sobre sofás, bigodes e peixe.

Eu sabia o que ia acontecer.
Não aceitava, mas sabia.
Os sintomas eram os mesmos.
O olhar opaco já dizia que estava acabando.
Mas eu tentei.
Todo mundo tentou.
Infelizmente, só era a hora.
E contra a hora, amigos, não podemos fazer nada.
Acho que to aprendendo bem sobre isso.
Nunca se aprende a lidar, mas aprender a aceitar é possível.
Aprender a deixar acontecer e saber que se aconteceu, é porque tinha que acontecer.
Se os seus pedidos não foram suficientes, é porque você tinha que aprender a ouvir "não" de vez em quando.
E eu praticamente implorei.
Pedi de todas as formas que tinha ouvido falar pra passar por mais essa.
Pra ter só mais um pouco de tempo.
Pra viver mais algumas coisas, mesmo que não fossem muitas.
Só não queria que fosse agora.
Não agora.
Não agora.

Então, lembrei de tudo que já tinha acontecido.
Todos os anos, todas as histórias
Todas as vezes que me arrancou sorrisos sem fazer a menor ideia do que estava causando.
Todas as vezes que me fez parar tudo que estava fazendo pra ter uns minutos de paz.
E havia ali um amor puro.
Sem precisar de explicações, de teorias, de fórmulas.
Era só gostar e estava bom.
Bastava sentar do lado e não tinha mais problema.
E de todos os problemas que a gente insiste em inventar, ali sempre estava boa parte da solução.
Foi a minha solução pra tanta coisa, que não saberia nem por onde começar a contar.
E vai continuar sendo.
Só vai ser de outra forma.
Porque o que fica aqui, não tem como acabar.
Só lembrar.
E sorrir por lembrar.

Como sempre me fez fazer.