domingo, 26 de setembro de 2010

Da próxima vez

Da próxima vez, tome cuidado com o que deseja
Você pode acabar conseguindo.
Da próxima vez, não espere o que não pode oferecer
Eu posso acabar desistindo.
Da próxima vez, cuidado com o que responde
Ou pode acabar consentindo.
Da próxima vez, não espere o primeiro passo
Que eu posso nem ter vindo.
E da próxima vez
Pode não ter mais vez.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pior do que tá...

Nos últimos 10 dias tive que ir 5 vezes ao pronto socorro por motivos diversos.
Machuquei o pé jogando futebol 3 semanas atrás e até agora, mesmo tomando a medicação prescrita, não melhorei.
Minha namorada me falou o quanto eu sou burro por não ter me preocupado em fazer um plano de saúde, que com certeza teria resolvido o meu problema (que convenhamos, é um problema bem pequeno) imediatamente, me poupando dos diversos incômodos e restrições que passei.
Na real, o problema é o que menos incomoda.
O que me deixa realmente mordido é chegar em casa e ver que o governo atual tem 80% de aprovação com as pessoas o considerando "ótimo ou bom".
E se 80% das pessoas acham que o país está a mil maravilhas na véspera de uma eleição tão importante quanto a que está por vir, minhas chances de esperar ter o mínimo de bom atendimento quando tiver algum problema mais sério de saúde são mínimas pelos próximos anos.
Isso sem contar os outros assuntos: educação, segurança, emprego, etc.
Não acho certo ter que pagar um plano de saúde pra resolver uma coisa simples que poderia ser solucionada em qualquer posto de saúde.
Não acho certo saber que meu primo, hoje com 13 anos, vai ter que se esforçar dobrado para conseguir entrar e sair de uma boa universidade ou ter um bom emprego porque estuda em escola pública.
Não acho certo as pessoas precisarem se esconder dentro de condomínios fechados ou atrás de vidros blindados porque sair na rua é uma aventura.
E sei que, assim como eu, muitas pessoas não acham certas essas coisas.
E muitas dessas pessoas pretendem usar seu voto como protesto contra as pessoas que comandam nosso país colocando o Tiririca na Assembleia para nos representar, afinal, "pior do que tá não fica".
Mas se pior do que tá não fica, por que 80% das pessoas consideram o governo bom?
O pior é o jeito certo?
Não!
Com certeza, não é.

E por mais que me revolte saber que as pessoas vão escolher o "pior do que tá não fica" ou o "país maravilhoso" dos 80%, não vai adiantar não fazer a minha parte.
Vou fazê-la, mesmo que não mude nada.
Porque se eu não proponho mudanças, como querer que o mundo mude?
Eu vou fazer a minha parte.
Se depender de mim, o "pior do que tá não fica" não vai me representar.
Se depender de mim, quem me causou os problemas dos últimos dias não vai se perpetuar no poder.

Se você pensar assim, seremos 2.
Se mais pessoas pensarem como nós, seremos um país.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sinceramente...

Falta sinceridade na música.
Quantas bandas que estão começando hoje lançam na rádio o que é ouvido em seus cds?
O que faz uma banda "subir", fazer grandes shows, tocar na rádio e ter seus clipes na tv é o que elas fazem e são de verdade, e quando elas conseguem chegar onde querem são obrigadas a "se prostituir" musicalmente, usando versões acústicas ou mais leves do que as criações originais.
E o que as pessoas que não acompanham as bandas desde o começo conhecem quando elas chegam ao estrelato é um produto enlatado e colocado para o público que ouve black e pop americano TALVEZ gostar.
Quem gosta de rock e não vai atrás de bandas independentes fica com a sensação de que não existe mais rock sendo feito. Que tudo que é novo é ruim e mal executado, quando na verdade não é assim que as coisas são.
Há uma porção de bandas boas por aí e idéias sendo transmitidas. Elas só não chegam aos ouvidos da maioria das pessoas.
Por exemplo, quando ouvi as primeiras músicas do Fresno que estouraram classifiquei como "lixo" e coloquei no pacote de bandas que queriam se aproveitar da modinha emo. Apenas depois de um bom tempo (e conhecendo Beeshop e Abril) tive a paciência de ir atrás e saber de fato o que eles faziam e se havia alguma coisa por trás do que era exibido pra massa.
Tal foi a minha surpresa quando vi que sim, havia muita coisa ali e muita coisa bem feita.
Da mesma forma, vejo pessoas que abimonam os coloridos falarem que acabaram de escutar pela primeira vez uma música do Restart e que o som é bom.
Isso acaba causando um efeito devastador pras bandas que estão começando.
Uns anos atrás era comum ver bandas que faziam determinado tipo de som mudarem radicalmente quando assinavam com gravadoras. Hoje, as bandas nascem tentando se adequar aos padrões da moda e se vestem como o NX Zero ou o Restart ou tentam encher as músicas de "uôuô" como o Cine assim que são formadas.
É normal que os artistas que você goste te influenciem na hora de querer ter uma banda e que antes de você ter uma formação musical mais sólida essas referências fiquem mais explícitas, mas isso não pode ser confundido com os plágios que vemos constantemente de estilos, letras e muitas vezes até do jeito de falar e andar das pessoas que fazem sucesso.
Eu sempre achei que na música tudo era válido, desde que fosse feito de acordo com a verdade de cada um.
E essa verdade própria geralmente funciona muito melhor do que tentar ir atrás do que faz sucesso, porque as pessoas vão enxergar em você o que você é, e a chance de agradar alguém é bem maior assim.
A diversidade faz um bem enorme não só pra música, mas pra tudo que for feito.
A chance de você se destacar sendo você mesmo é muitas vezes maior do que tentando ser igual a quem já fez o que você está se propondo a fazer.

Sim, eu ainda tenho esperança de ligar o rádio e ouvir uma distorção de guitarra em uma banda que está chegando agora.
Tenho esperança de que as bandas novas esqueçam os subtítulos e foquem mais na música, no que dizem as letras e no que passa a melodia do que se a calça está mais ou menos apertada que x ou y.
As coisas já estão mudando, e muito em breve as pessoas vão exigir de novo a sinceridade das coisas e vejo sinais de que a próxima geração virá melhor de que a atual.

Acredito sinceramente nisso.

sábado, 18 de setembro de 2010

Carta de demissão

Eu sempre achei que o mundo tem jeito.
E que se você quer que algo seja melhor, tem que dar o primeiro passo.
O primeiro passo é não desperdiçar as oportunidades que tem.
Puxando do último post, se não concorda como a música está, não é xingando e ofendendo ninguém que as coisas vão melhorar.
Na política, se você não concorda com o rumo que as coisas tomam, não é colocando um palhaço pra te representar que elas vão melhorar.
E a desculpa de que a direita e a esquerda são iguais e por isso não adianta fazer nada não cola comigo.
A direita e a esquerda são iguais porque NÓS as deixamos ser assim.
Ninguém é obrigado a votar em A ou B quando existe a opção C e D.
E se nenhuma das opções é boa, a culpa é toda nossa por não escolher representantes que REALMENTE nos representem.
Se você desiste antes de começar, as coisas não mudam de jeito nenhum.
É preciso tentar.
Se não der, tentar de novo.
E tentar novamente até dar certo.
Porque uma hora muda!
Se você vota na pessoa e ela não faz o que você espera, é só não votar nela nunca mais.
Se cada um pensar assim, os caras vão pensar duas vezes antes de fazer bobagem.
É preciso tratar política como um emprego.
Você tá literalmente contratando o cara pra falar por você e defender seus direitos.
Se ele não faz isso, demita-o e coloque outro no lugar.

Eu tenho minha carta de demissão pronta pra um monte de gente.

Você já tem a sua?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sobre cores

Não assisti ao VMB ontem e só fiquei sabendo hoje que o Restart ganhou tudo.
E vi pelo twitter aquela "trollada" neles por terem sido vaiados na hora da premiação e todo mundo que odeia coloridos aproveitando pra aparecer.
Conheci o Restart quando ainda era C4, e BEM antes de usarem calças coloridas. De lá pra cá acompanhei de perto toda a evolução da banda e a subida meteorica que eles tiveram no último ano.
E ELES MERECEM o que tá acontecendo.
No que se propuseram a fazer, fizeram muito bem feito desde o começo.
Nunca foi intenção do Restart ser uma banda cabeça, uma banda de vanguarda ou que transformasse o mundo.
Eles quiseram ser pop, e como pop eles acabaram transformando-se em um produto muito bom.
Eles sabem que fazer coração com a mão, usar calça colorida e tratar as fãs por "amor" dá muito certo com meninas de 13 anos.
E não pretendem, por enquanto, atingir um público que tenha mais de vinte anos porque do jeito que está eles são um ícone das adolescentes.
E se eles são um produto para adolescentes, feito por adolescentes, não vejo motivo na raiva do resto do mundo por eles.
Restart não é para você que tem 20 anos!!!
E se não gosta deles, não precisa escutar.
Não é você que vai pagar pelo show, pelo cd e pelos produtos ligados a eles, então não há motivo pra tanta indignação.
Há várias bandas dentro do rock que pretendem atingir um segmento diferente, e ao invés de falar mal de uns, acho bem melhor falar bem de outros.

A primeira vez que ouvi Restart pensei "nossa, eles fizeram músicas legais", e isso foi antes de usarem todo o espectro de cores de uma vez só.
E do mesmo jeito que acho errado gostar de alguma coisa só porque é modinha, é errado deixar de gostar de alguma coisa porque virou modinha.
As pessoas tem que gostar ou deixar de gostar por vontade própria, não pelo que a massa manda ou o senso comum determina.

Se você ouviu alguma música do Restart e não gostou, ótimo. Procure outra coisa pra escutar. Opções boas não faltam.
Se você escutou e gostou, ótimo também. Aproveita.

E se você discorda de como as coisas são feitas, monta uma banda e mostra como deve ser feito.

Só não pense que vai ser fácil.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Medo pt. 2

Tenho medo de me despedir.
Talvez por ter medo de cada despedida ser a última.
E isso me faz ter medo de as pessoas que eu gosto não terem a noção do quanto são importantes pra mim.
E o medo de eu não conseguir demostrar o quanto essas pessoas são importantes virou quase um pavor.
E talvez isso acabe gerando um bloqueio.
E eu acabo não conseguindo dizer o que eu sinto.
O que, obviamente, piora tudo.

E o "medo de ter medo de ter medo" faz as coisas piorarem.






E assim a gente vai...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Medo

Eu vi você jogando sem poder vencer
E quis mudar as regras pra fazer
Melhor a vida que você escolheu
(E não adiantou)

Eu vi o mundo inteiro que você deixou
E fiz amigos que cuidei com amor
Mas sei em quem não posso confiar
(Como você ensinou)

Eu só queria ver
Você se levantar
Pra enxergar aonde eu pude ir
Eu só queria ter
Um minuto a mais
Pra te mostrar tudo que eu senti

Pois é mais forte, eu sei
Quem não tem medo de chorar
Quando sente dor

A casa fica tão vazia sem você aqui
Eu não te vejo mais chegando pronto pra sorrir
E quanta vida você deixou de presenciar
Partindo sem se despedir pra nunca mais voltar
E quantos sonhos você teve e não realizou
Quantos lugares você quis ir mas não visitou
Deixou aqui toda saudade que podia ter

Mas é mais forte, eu sei
Quem não tem medo de sorrir
Quando é por amor

Eu só queria ver
Você se levantar
Pra enxergar aonde eu pude ir
Eu só queria ter
Um minuto a mais
Pra te mostrar tudo que eu senti

Pois é mais forte, eu sei
Quem não tem medo de chorar
Quando sente dor
E é mais forte, eu sei
Quem não tem medo de sorrir
Quando é por amor
É mais forte, eu sei
Quem não tem medo de mudar
Quando vê que errou
E é mais forte, eu sei
Quem não tem medo de partir
Quando a hora chegou.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A dança

Então você apareceu
Me puxou para dançar mas esqueceu
Que eu não tiro o pé do chão
Então disse que era seu
Cada canto desse mundo
E não havia tempo a perder com explicação

E todo espaço ali era nosso lugar

De tudo que não viveu
Havia a lista interminável
De emoções, lugares,
Coisas pra conhecer
E as horas que já perdeu
Deixaram rastros que ninguém mais esqueceu
E ninguém soube ainda aprender

Queria um pouco mais de tudo
Pra saber viver
E foi comigo no seu mundo
Até amanhecer

Me leva, me mostra um novo dia chegar
Me mostra o meu melhor
E como é bom sentir
O que se pode alcançar
Me leva que eu quero ver o sol te banhar
E há muito mais ainda
Pra se descobrir
Se souber saborear

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Queda Livre

Ela dizia que era só parte do jogo
Que ele não soube jogar
E simulava que queria tão pouco
Mas não soube como parar
E agora assiste a tudo
Sempre em cima de outro muro
Tão distante que mal dá
Pra enxergar daqui

Ele dizia que por ela era louco
Pensava em se casar
Gritava o seu nome até ficar rouco
Pra ver se ela ia escutar
E agora não entende
Seu estado deprimente
E só pra si mesmo mente
Pra tentar apagar

Mas se quer ficar, vai assumir o risco
Não vou tentar te deter
Pois ao brincar beirando o precipício
O vento pode bater
E tirar tudo que quer
Estraçalhar com sua fé
Pelo amor de uma mulher
Que agora não vai voltar pra você

Ela levava sua vida de novo
Esperando alguém pra atacar
Enquanto ele se tornava um estorvo
Que ninguém mais quis carregar

E se alguém agora
Lhes disser que não demora
Quem sabe ao ir embora
Deixe algo de bom
Ou volte pra tentar mudar

sábado, 4 de setembro de 2010

Em terceira pessoa

Eu não perco a mania de escrever músicas.
Nos últimos tempos, aliás, escrevi bem mais do que no ano passado inteiro.
E tenho uma mania, as vezes meio chata, de tentar não repetir alguma coisa que eu já tenha feito.
Ou busco novas combinações melódicas, ou outras temáticas de letra, ou mesmas temáticas ditas de jeitos diferentes.
E nisso, andei voltando a coisas que eu não fazia mais.
E voltei a inventar estorias nas letras.
Como eu fazia nas redações da sétima série.
E como fazia nas primeiras composições, se é que podem ser chamadas assim, lá por 2004.
A minha linha de raciocínio nesse tipo de coisa é simples.
Junto algumas notas, vejo que melodia pode ser feita, e a partir disso vejo que tipo de personagem combinaria com a melodia, deixando as ações rolarem sozinhas.
Eu nunca sei como vai ser o final até chegar a ele.
E geralmente não tenho idéia do formato que vai ter.
Enquanto voltava a essa temática, acabei lembrando de uma música chamada "Outra história de amor", que como o nome já diz, é uma das coisas mais bregas que um adolescente pode inventar.
Como o Renato conhecia a letra dessa música e na aula de educação artística do segundo colegial nós sempre terminávamos os desenhos um pouco rápido, sobrava tempo pra tocarmos violão na sala pra distrair (sim, nós tocávamos violão no meio da aula).
Certa vez, tocamos essa música pra galera que tava por perto, e tal foi a nossa surpresa quando vimos duas amigas nossas (uma delas era a Deia) chorando ao ouvir a canção.
Na hora, me pareceu a coisa mais absurda do mundo.
O que vinha na minha cabeça era: "nossa, como elas se emocionam com uma bobagem dessas?"
Na real, eu não tinha noção do quanto a música pode tocar as pessoas.
E nem do quanto uma letra pode ser importante.
E agora entendo melhor o que eu disse em um post anterior, de a música tocar sua alma e dar um chacoalhão nela, fazer bater mais forte o coração ou te deixar com a sensação de que a letra x ou y é como se tivesse sido feita pra você, tal a sua relação de "intimidade" com o que está sendo cantado.


Nos próximos dois posts, vou colocar as últimas músicas que fiz com essas estórias.
Se você ler, vai ver que são completamente diferentes.
E são assim por causa das melodias em que foram inspiradas.
Então, partindo da idéia que eu não queria me repetir, acho que consegui.

Vamos ver, né...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Saudade

É difícil lidar com a saudade
Quando você menos espera, ela bate
E as vezes, bate pra nocautear
E mesmo que você saia das cordas, ainda fica a sensação da pancada
Por mais que haja a chamada saudade boa
Saudade é saudade
E quanto mais você quer a pessoa por perto
Mais forte é o golpe
Quando vem de repente, é pior
Chega a tirar o equilibrio
E só o que vem é uma vontade absurda de gritar
Ou de chorar até ela passar
Mas se você sabe que não tem como passar
Não há muito o que fazer
Só torcer pra ela ir embora
E esperar com o coração em pedaços enquanto isso


Por favor, eu quero meu coração inteiro de volta.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

"Em toda e qualquer situação..."

Minha relação com a música é intensa.
Quente, constante, mas principalmente, intensa.
Desde os meus 13 anos, quando comprei meu primeiro cd da Legião Urbana, posso dizer que realmente minha vida mudou.
Podia ter sido qualquer outra banda, mas quando ouvi o "Como é que se diz eu te amo - Parte 1" pela primeira vez eu senti aquela coisa de "É isso, cara!! É assim que tem que ser feito.
Daí pra me interessar por guitarra foi coisa de uns 3 meses.
Antes de me dar a guitarra, minha mãe me deu um violão pra ver se eu ia seguir mesmo.
Na época, eu não costumava terminar a maioria das coisas que começava.
E eu segui.
E me apaixonei.
Desde aquela época, o Dado Villa Lobos é um baita exemplo pra mim de cara que sabe utilizar as melodias, criar harmonias diferentes e inovar.
Inovar é a palavra.
A guitarra existe pra ser explorada.
E reinventada.
Inovada.
Admiro absurdamente as pessoas que conseguem ir mais longe com o instrumento.
Que criam linhas melódicas que emocionam com duas ou três notas.
Ou que colocam tantas notas e o conjunto fica tão bonito que não sabemos explicar o porque de estarmos sentindo aquela coisa estranha no peito.
E acho muito legal quando vejo uma banda nova que faz um som que me deixa pensando "nossa, como eles fizeram isso?".
Ou uma banda antiga que eu nunca tinha escutado e me deixa com a sensação de "caramba, porque esse tipo de som não foi mais explorado?"
Ouvir música, pra mim, é quase um esporte.
Quanto mais música eu ouço, mais coisas quero escutar.
E mais quero saber.
Afinal, é um aprendizado que não acaba.
Se você for tocar, nunca vai saber tudo sobre um instrumento.
Sempre vai ter uma escala que você não conhece, uma combinação de notas que você ainda não fez ou um timbre que você nunca escutou.
E se você for escutar, sempre vai ter aquela letra que te deixa pensando "era exatamente isso que eu queria dizer e nunca consegui formular na minha cabeça" ou alguém que toca a "música da sua vida".
Se eu fosse escolher a música da minha vida, precisaria de uma bela coletânea.
E espero fazer que um dia essa coletânea dure várias horas.
Afinal, há muito ainda a se ouvir.
Muito a criar.
Muito.
Muito.
Muito.
Não importa que tipo de música toque seu coração.
Se você gosta ou não de Legião Urbana.
Sempre há a música que te tira do eixo.
Que chega as vezes a dar até falta de ar quando escuta.
Essas músicas que eu procuro.
Intensamente.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O outro lado do espelho

Eu sou a porta que você nunca atravessou
A música da festa que você não dançou
Eu sou a ferida que nunca vai se fechar

Estou em cada passo que você não andou
Na arte de tirar o que você não ganhou
E se fechar os olhos sempre vai me encontrar

De chuva eu sou o banho que você não tomou
No dia em que um beijo você não lhe roubou
Eu sou a aposta que você nunca vai ganhar

Eu sou a curva que você nunca vai vencer
Tudo aquilo que plantou e não vai colher
Estou em cada coisa que você já perdeu
E que não vai voltar

E se um dia for mais além
Vai saber onde me encontrar
Em cada sonho que você nunca ousou sonhar
E tudo que hoje te faz bem
É bom saber como cuidar
Pois se eu chegar tão perto
Você não vai poder escapar

Vai mudar de rumo para não me ver
E eu não quero mais te convencer
Vai tentar mil truques pra me esquecer
E eu volto pra sua mente sem querer.

Eu sou o pouco a mais que você não se esforçou
Eu sou o último gole que você não tomou
Eu sou aquela vida que você não quis mudar
Eu sou o algo mais que você não encontrou
Eu sou aquela luz que nunca te iluminou
Eu sou o mundo que você nunca vai enxergar