sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pior do que tá...

Nos últimos 10 dias tive que ir 5 vezes ao pronto socorro por motivos diversos.
Machuquei o pé jogando futebol 3 semanas atrás e até agora, mesmo tomando a medicação prescrita, não melhorei.
Minha namorada me falou o quanto eu sou burro por não ter me preocupado em fazer um plano de saúde, que com certeza teria resolvido o meu problema (que convenhamos, é um problema bem pequeno) imediatamente, me poupando dos diversos incômodos e restrições que passei.
Na real, o problema é o que menos incomoda.
O que me deixa realmente mordido é chegar em casa e ver que o governo atual tem 80% de aprovação com as pessoas o considerando "ótimo ou bom".
E se 80% das pessoas acham que o país está a mil maravilhas na véspera de uma eleição tão importante quanto a que está por vir, minhas chances de esperar ter o mínimo de bom atendimento quando tiver algum problema mais sério de saúde são mínimas pelos próximos anos.
Isso sem contar os outros assuntos: educação, segurança, emprego, etc.
Não acho certo ter que pagar um plano de saúde pra resolver uma coisa simples que poderia ser solucionada em qualquer posto de saúde.
Não acho certo saber que meu primo, hoje com 13 anos, vai ter que se esforçar dobrado para conseguir entrar e sair de uma boa universidade ou ter um bom emprego porque estuda em escola pública.
Não acho certo as pessoas precisarem se esconder dentro de condomínios fechados ou atrás de vidros blindados porque sair na rua é uma aventura.
E sei que, assim como eu, muitas pessoas não acham certas essas coisas.
E muitas dessas pessoas pretendem usar seu voto como protesto contra as pessoas que comandam nosso país colocando o Tiririca na Assembleia para nos representar, afinal, "pior do que tá não fica".
Mas se pior do que tá não fica, por que 80% das pessoas consideram o governo bom?
O pior é o jeito certo?
Não!
Com certeza, não é.

E por mais que me revolte saber que as pessoas vão escolher o "pior do que tá não fica" ou o "país maravilhoso" dos 80%, não vai adiantar não fazer a minha parte.
Vou fazê-la, mesmo que não mude nada.
Porque se eu não proponho mudanças, como querer que o mundo mude?
Eu vou fazer a minha parte.
Se depender de mim, o "pior do que tá não fica" não vai me representar.
Se depender de mim, quem me causou os problemas dos últimos dias não vai se perpetuar no poder.

Se você pensar assim, seremos 2.
Se mais pessoas pensarem como nós, seremos um país.

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