sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Foco

Era um torpor, uma anestesia forte demais.
E durante um bom tempo não senti nada.
De repente, quando acordei, já havia mudado o ano.
As coisas ainda estavam lá.
As pessoas que não estavam mais se equalizaram com as que chegaram ou voltaram.
E a firmeza nos passos voltou.
A confiança em não perder o equilíbrio ao andar na rua também.
O medo de ter o coração saindo pela boca a qualquer momento virou uma lembrança distante, como se fosse um sonho de uma noite bem dormida, meio desfocado, como se estivesse sendo assistido em terceira pessoa.
Olhei pros lados, como sempre. Só pra ter certeza que o dia já tinha raiado.
E eu estava lá.
Não como antes, mas ainda assim, lá.
Não era o mesmo de dois anos atrás.
Também não era o mesmo de um ano atrás.
E muito menos o de seis meses atrás.
Mas ainda era eu, e disso que não tinha esquecido.
Sabia o que precisava fazer.
Sabia onde tinha que ir.
E quem precisava ver.
É engraçado como a vida muda completamtente dependendo da perspectiva que você olha.
Se você deixa de pensar em "não tenho e quero ter" pra pensar em "olha o que eu ainda tenho" as coisas se transformam completamente.
O foco que você coloca meio que acaba definindo quem você é.

Eu acho que escolhi o que quero focar agora.
Sei pra onde devo olhar.
E por onde seguir.
Eu sigo reto.
O que está atrás, é bom olhar pra ver quantos passos já foram dados.

Mas a estrada é longa demais pra perder tempo admirando o que já foi percorrido.

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